Não digo que 2 milhões de euros sejam demais ou de menos. A verdade é que durante 2 anos um português esteve a fazer publicidade ao turismo de Portugal, subiu ao pódio (em circunstâncias estranhas é verdade, mas subiu!) e levou o nome de Portugal a milhões e milhões de telespectadores.
E no futebol? A construção de estádios como o do Algarve, Leiria e Aveiro? Valores bem mais elevados do que 2 milhões para quê? Para agora estarem às moscas? Um deles nem futebol tem, outro está ás moscas com um clube na 2ª divisão e outro nem completo está, com um edifício em estrutura por terminar! Não digo que o Euro2004 não tenha sido bom para Portugal, mas que foi muito dinheiro deitado fora foi... Bem mais do que 2 milhões que serviram para se ter um português num desporto dos mais vistos do mundo durante dois anos...
Noticia do Público:
E no futebol? A construção de estádios como o do Algarve, Leiria e Aveiro? Valores bem mais elevados do que 2 milhões para quê? Para agora estarem às moscas? Um deles nem futebol tem, outro está ás moscas com um clube na 2ª divisão e outro nem completo está, com um edifício em estrutura por terminar! Não digo que o Euro2004 não tenha sido bom para Portugal, mas que foi muito dinheiro deitado fora foi... Bem mais do que 2 milhões que serviram para se ter um português num desporto dos mais vistos do mundo durante dois anos...
Noticia do Público:
Estado deu dois milhões de euros para ter Tiago Monteiro na F1
19.04.2008 - 00h18 Paulo Curado
Dois milhões de euros foi quanto custou ao Governo a participação de Tiago Monteiro na Fórmula 1 (F1). A falta de alguns dos patrocinadores que iriam suportar a participação do piloto nos Campeonatos do Mundo de 2005 e 2006, obrigou o Estado a disponibilizar directamente o montante em falta, face aos compromissos assumidos pelos executivos de Santana Lopes e José Sócrates junto da Jordan (que passou a designar-se Midland).
O Governo de Sócrates responsabiliza o anterior pelas promessas feitas ao desportista de “apoio incondicional”, que acabaram por condicionar a sua actuação neste processo, mas Edmar Monteiro, pai e representante do atleta, revelou que todos os documentos de garantia foram assinados livremente pelos actuais responsáveis.
“Todas as garantias feitas à Jordan [2005] e à Midland [2006] foram apresentadas pelo actual Governo. Assumiu por escrito e assinou”, garantiu Edmar Monteiro ao PÚBLICO, revelando ter recebido, logo após a tomada de posse deste executivo (12 de Março de 2005), o “apoio incondicional a este projecto, tanto do primeiro-ministro, como do ministro da Presidência [Pedro Silva Pereira] e do secretário de Estado do Desporto [Laurentino Dias]”. Este último responsável terá mesmo “assumido a gestão de todo o processo”, segundo indicou o pai e representante do piloto português.
Uma informação desmentida ontem ao PÚBLICO por Laurentino Dias. “Não cumpre ao Governo fazer a gestão negocial de Tiago Monteiro e foi ele quem negociou com as duas equipas”, referiu o responsável pela pasta do Desporto, admitindo ter apenas apresentado junto das equipas de F1 “uma carta de conforto” a manifestar o apoio ao atleta: “Assumi acompanhá-lo nos compromissos necessários e, naturalmente, dei-lhe uma carta de cumprimento de compromisso, que renovei quando ele transitou da Jordan para a Midland. Se ele esteve na F1, é porque alguém assumiu os compromissos.”
Laurentino Dias lembrou ainda que quando assumiu a pasta do desporto, a participação do piloto no Mundial já era um facto consumado, face aos compromissos assumidos pelos seus antecessores. “Já era piloto de F1 e tinha corrido em duas provas [Grande Prémio (GP) da Austrália, a 6 de Março de 2005, e da Malásia, a 20 de Março] e para se manter nessa competição precisou do apoio do Governo português: foi esta a situação com que me deparei”, referiu, lembrando as consequências gravosas que acarretaria o não cumprimento do contratualizado: “Havia consequências jurídicas gravíssimas para o piloto, para a equipa, para os próprios patrocinadores que já se tinham envolvido no projecto e para a própria imagem do Estado português.”
Os dois milhões de euros atribuídos pelo Instituto do Desporto de Portugal (IDP), ao abrigo de um contrato-programa estabelecido entre este organismo e Edmar Monteiro, na qualidade de representante legal do piloto, assinado em 1 de Agosto de 2006 (após despacho de Laurentino Dias de 27 de Julho do mesmo ano), foram creditados na conta do grupo inglês CSS Stellar, que gere a carreira de Tiago Monteiro desde 2005 (representa também o Chelsea, a selecção inglesa e o antigo piloto de F1, Juan Pablo Montoya, entre outros). Uma verba que Laurentino garantiu ter sido “a única e a última” adiantada directamente pelo Estado para custear estes dois anos de presença portuguesa no Mundial de pilotos: “Não tenho conhecimento de existirem mais verbas em falta, tendo já passado dois anos, sem ninguém reclamar nada.”
Um processo conturbado
Este acabou por ser o desfecho de um longo e desgastante processo, iniciado ainda em Novembro de 2004, quando Tiago Monteiro começou contactos com o então secretário de Estado do Desporto Hermínio Loureiro, para acordar a intermediação do Governo junto de empresas tuteladas pelo Estado, para a viabilização financeira da sua participação no Mundial de F1 de 2005. Os contactos iniciaram-se imediatamente, com a grande generalidade das empresas abordadas a manifestarem grande interesse em participar.
“Na altura, perante esta situação e atendendo à importância do projecto, contactei várias empresas, sensibilizando-as para a oportunidade de mostrar e potenciar as suas marcas num mercado importante como é o da F1. Obtive resposta positiva da Galp, após contactos com o engenheiro Ferreira do Amaral”, esclareceu Hermínio Loureiro, ex-secretário de Estado do Desporto, no Governo de Santana Lopes, e actual presidente da Liga de clubes de futebol, sublinhando que “nunca foram utilizadas verbas do erário público” durante o tempo em que esteve ligado ao projecto.
Também o Ministério do Turismo tentou disponibilizar apoios para viabilizar a presença (já efectiva) de Tiago Monteiro na F1, com Telmo Correia, que ocupava na altura a pasta, a enviar o processo, a 18 de Fevereiro de 2005, para apreciação do Instituto de Turismo de Portugal, referindo o interesse “óbvio” de um eventual apoio financeiro. “Foi um pedido normalíssimo, como houve em outras situações envolvendo desportistas e até pilotos”, justificou Telmo Correia: “Um português na F1 teria um claro interesse para promover a marca Portugal, mas não condicionei qualquer decisão.”
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